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Falta Maneco na novela do Maneco

Assistindo essa semana a novela História de Amor, de Manoel Carlos, exibida em 1996, me deparei com uma triste pergunta: Cadê o Maneco na novela do Maneco? História de Amor projetou Manoel Carlos ao horário nobre na década de 1990, fez tanto sucesso que ele voltou pouco mais de um ano depois com uma novela no horário nobre que parou o país: Por Amor (1997/98).
Na novela Em Família, existe tudo o que Maneco sempre colocou na casa dos telespectadores de todo o mundo - para quem não sabe Manoel Carlos escreveu novelas para o México e outros países da América Latina, além é claro das novelas Laços de Família (2001), Mulheres Apaixonadas (2003) e Páginas da Vida (2006) vendidas para o exterior.
Tudo mesmo, os dramas familiares da classe média alta da zona sul carioca com um alcoólatra, o negro, o casal que vive de aparência, o mal amor, o amor demais, as traições e a Helena, desta vez magistralmente interpretada por Júlia Lemmertz.
O pior de tudo que esta Helena, assim como a última de Thaís Araújo, parece não ter conquistado o público. Lemmertz é de longe uma grande atriz, de um talento gigantesco capaz de segurar qualquer rojão, tanto que em seu último trabalho, na novela Fina Estampa de Aguinaldo Silva, ela deu um show como a empresária que queria ter um filho e recorreu à inseminação artificial e teve de enfrentar problemas com o marido, interpretado por Dan Stulbach.
Se em Viver a Vida (2009) a Helena de Thaís Araújo enfrentou o preconceito do brasileiro - negra, bem sucedida, determinada e que fez um aborto -, Lemmertz enfrenta a falta de entendimento da personagem, que aparece em cena extremamente carrancuda e tal rancor é sem sentido, afinal, foi ela quem provocou com a sua intensidade de adolescente toda tragédia da primeira e segunda fase da novela.
As demais Helenas, interpretadas por Maitê Proença, Vera Fischer e três vezes por Regina Duarte, transbordavam emoção, era muito mais intensificadas no amor ao próximo do que ao si mesmo, a mudança começou a acontecer com a Helena de Mulheres Apaixonadas interpretada por Christiane Torloni, a mudança ali era elogiada por fazer desta personagem a mais humana da saga.
Comparadas com as colegas que já interpretaram o papel é complicado, pois a experiência de Regina Duarte como mocinha é fora do comum na televisão brasileira, tanto que somente ela fez três das Helenas e todas magistralmente. O que falta na novela Em Família, além da direção mais apurada ao texto do autor, é a própria identificação do novelista com a obra.
Está faltando Maneco na novela do Maneco.

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