Post original: #AbelhaRainha
É na madrugada de terça (9) o desfile da Estação Primeira de Mangueira que este ano leva para a avenida a vida e obra de uma das mais prestigiadas cantoras da Música Popular Brasileira, a nossa Maria Bethânia. Neste post #AbelhaRainha - blog editado pelo site geraldopost.com -, você encontrará uma série de informações e curiosidades sobre os desfiles da Verde e Rosa e que este ano terá o enredo: "Maria Bethânia, A Menina dos Olhos de Oyá".
OUÇA O SAMBA-ENREDO ABAIXO:
O enredo "Maria Bethânia, A Menina dos Olhos de Oyá" promete quebrar o jejum de 13 anos sem ser campeã contando a história de um grande nome da MPB, assim como aconteceu em 1984 com o enredo sobre Braguinha, e 1998 com o enredo sobre Chico Buarque. A última vez que a escola foi campeã foi sobre o Nordeste em 2002 e soma 17 campeonatos.
A nossa diva virá no último carro alegórico da Mangueira, que fará homenagem ao Circo, remetendo ao primeiro local que Bethânia se apresentou e descobriu seu talento para a interpretação. A nossa #AbelhaRainha viria como destaque ao alto, porém pediu um lugar mais baixo por ter medo de altura, ela virá ao lado das afilhadas.
O desfile será calcado pela religião, ponto forte desta grande homenagem, já que Bethânia é extremamente religiosa e o catolicismo e a candomblé seguirão harmoniosamente: “Mais do que a história da Bethânia, queremos mostrá-la como cidadã brasileira”, contou o carnavalesco Leandro Vieira, ao jornal O Dia, é a sua estreia no Grupo Especial, após ser campeão na Caprichoso de Pilares, em 2015, no Grupo A.
Esta não é a primeira vez que Bethânia é homenageada pela Mangueira, em 1994 (foto) a escola levou para a Sapucaí o enredo "Doces Bárbaros" e Bethânia era uma das homenageadas ao lado de Gal Costa, Gilberto Gil e do irmão Caetano Veloso, naquele ano a escola ficou em 11º lugar apesar do samba arrasa-quarteirão "Me leva que eu vou, sonho meu / atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu".
Em 1998 Maria Bethânia partiu do desfile da Mangueira que estava homenageando o cantor e compositor Chico Buarque. Ela dividiu o espaço no carro alegórico com Zizi Possi (na Foto), Nana Caymmi, João Nogueira entre outros.
A escola foi fundada em 1928 por Cartola, Carlos Cachaça entre outras no Morro da Mangueira, próximo ao bairro e estádio do Maracanã, tem em sua história o fato de ser a primeira escola a fundar a "Ala dos Compositores", que tinha inclusive mulheres. Foi campeã nos anos 1932, 1933, 1934, 1940, 1949, 1950, 1954, 1960 , 1961 , 1967 , 1968, 1973, 1984, 1986, 1987, 1998 e 2002. Na última década seu desempenho não tem sido dos melhores na classificação geral do Grupo Especial.
2006 - 4ºlugar - Das Águas do Velho Chico, nasce um rio de esperança
2007 - 3ºlugar - Minha Pátria é minha língua, Mangueira meu grande amor. Meu samba vai ao Lácio e colhe a última flor
2008 - 10ºlugar - Especial - 100 Anos do Frevo, é de perder o sapato. Recife mandou me chamar…
2009 - 6ºlugar - A Mangueira traz os Brasis do Brasil mostrando a formação do povo brasileiro
2010 - 6°lugar - Mangueira é música do Brasil
2011 - 3º lugar - O Filho Fiel, sempre Mangueira
2012 - 7º lugar - Vou festejar! Sou Cacique, sou Mangueira
2013 - 8º lugar - Cuiabá: Um paraíso no centro da América
2014 - 8° lugar - A festança brasileira cai no samba da Mangueira
2015 - 10º lugar - Agora chegou a vez vou cantar: Mulher de Mangueira, Mulher brasileira em primeiro Lugar
A Estação Primeira de Mangueira foi ainda a primeira escola a vencer o Carnaval do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí, em 04/03/1984, na segunda-feira de Carnaval, a Portela foi a campeã do Domingo de Carnaval, em uma época que era divido o campeonato nos dois dias de desfile.
Na época dois grupos de sete escolas desfilam no Domingo e na Segunda-feira de Carnaval, cada dia um grupo diferente de jurados votava nas escolas, no sábado seguinte (o Desfile das Campeãs) um terceiro grupo de jurados escolhem a "Supercampeã", disputam as três primeiras colocadas de cada dia e as duas primeiras colocadas do Grupo de Acesso, a Mangueira foi a "Supercampeã".
Neste ano a Mangueira recebeu ainda mais votos do que a Portela, a campeã do Domingo de Carnaval (03/03/1984), foi uma diferença de 5 pontos, com a Mangueira totalizando 208 pontos, segundo o site Academia do Samba.
Em 1949 Jamelão assumiu o posto de intérprete oficial da verde-e-rosa, ocupando o lugar de Xangô da Mangueira, e foi campeão logo de primeira, Jamelão ficou com o posto até 2006. A Mangueira é a escola que mais recebeu o Estandarte de Ouro, prêmio dos jornais O Globo e Extra ao melhores do Carnaval do Rio, com 84 troféus.
A Bateria terá três paradinhas
O instrumento Timbal - a volta em cena - o instrumento foi posto na ala em 2007 porém retirado depois, mas este ano foi reinserido pelo enredo deste ano homenagear Bethânia.
O interprete Ciganerey - é a primeira vez ele é o intérprete, ele assume o posto após o morte de Luizito em setembro de 2015. "Costumo dizer que não estou substituindo ninguém, mas dando sequência ao trabalho dele [Luizito] e Jamelão", disse ao jornal O Globo.
O carro-abre alas vai trazer seis esculturas com o rosto de OXUM (orixá das águas doces). O carnavalesco usou o rosto da própria esposa, que éa porta-bandeira da escola para esculpir o rosto.
No grito de guerra - antes do desfile começar - a Mangueira vai colocar uma gravação do grito de guerra que Luizito (morto em setembro), “Chegou a garra, chegou a emoção, chegou a escola de samba mais querida do planeta!”, segundo o jornal Extra.
A primeira alegoria se chamará "Oyá e Oxum, orixás de frente", serão dois carros acoplados, que terão tons de dourado.
Um carro representará a ave "Carcará", o maior sucesso da sua carreira que a lançou em 1965, quando substituiu Nara Leão em um show.
No sexto carro alegório aparecerá #AbelhaRainha, apelido de Bethânia após o megasucesso da música "Mel", ali terá uma medalha dourada com o rosto de Bethânia esculpido, com Adriana Calcanhoto...
Ainda no sexto carro, Chico César, Jards Macalé, Renata Sorrah, Zélia Duncan, Regina Casé e o irmão Caetano Veloso.
Alcione, Beth Carvalho e Rosemary, três mangueirenses ilustres. Este ano marca o retorno de Beth Carvalho, depois de anos afastada.
A roupa que Bethânia irá desfilar, no último carro, que remete ao Circo, ao lado das afilhadas Júlia e Nina, de 12 anos, foi desenhada por Gilda Midani
Pela primeira vez a Mangueira está investindo em alas coreografadas, "tem afro, candomblé, danças mais animadas", disse Fábio Batista coordenador de movimentos da escola ao Extra.
Outros tons de verde e rosa serão levadas à Sapucaí, não o básico de sempre da Mangueira.
Todos os irmãos de Bethânia estarão presentes no desfile.
Bethânia fez três pedidos:Que não houvessem máscaras com caretas;
O não uso da cor preta, apenas no carro Carcará;
Destaque no último carro, mas em uma posição baixa e não ao alto por ter medo de altura.
"Ela me ouviu, gostou... Pediu que eu assinasse o texto da sinopse e guardou com ela. Só esperou a autorização do axé para saber se ela poderia receber essa homenagem. Deu tudo certo", comemora Leandro, em entrevista ao Jornal Extra.
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