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Ivana vai cortar os cabelos em cena que vai ao ar hoje em "A Força do Querer" |
Enquanto Joyce (Maria Fernanda Cândido) vai surtar ao ouvir a filha se revelar homem, exatamente o contrário de tudo o que idealizou, o irmão Ruy (Fiuk) vai achar que a irmã é lésbica e Eugênio (Dan Stulbach) vai procurar entender a filha e controlar toda a situação, Ivana, ao fazer esta revelação vai questioná-los se terá o apoio da família.
E é este apoio que os transgêneros precisam quando decidem assumir a identidade de gênero. "Contei primeiro para minha mãe por que tenho uma conexão muito forte com ela e para mim pouco me importava o julgamento do mundo oque eu queria era falar para ela e depois de muita coisa que ela me viu passar nessa vida ela sempre dizia com você aprendi que o importante é a pessoa ser feliz", conta Gabriel Vitchenzo, de 25 anos, que faz o tratamento de terapia hormonal há três meses, mas tem acompanhado mento, clínico e psicológico há 11 anos.
"Eles vem me acompanhando nessa travessia, e nas últimas consultas ambos se emocionaram por que me viram há 11 anos entrar no consultório a beira do fim", conta o rapaz que escreveu um depoimento especial para GERALDOPOST publicado domingo e estreia sua coluna semanal no próximo domingo, dia 3.
A mesma reação não teve a família de Thiago Boldrin quando contou para a família que 'gostava de meninas', o rapaz diz que ainda não contou para a família sobre a sua identidade de gênero por temer a reação: "Minha família não sabe, eu venho família extremamente religiosa e quando eu contei que gostava de meninas foi muita confusão que reflete até hoje, então eu ainda não contei, por que ainda não achei a forma certa pra ser menos dramático, e ainda sou pré T (trans)", relata.
Boldrin diz que teme em abrir o jogo, por causa do preconceito: "Causa um certo medo até de contar de qualquer forma e ter mais rejeição ainda, por que no momento que eu contar vai mudar de homofobia pra Transfobia, o preconceito vai ser o mesmo só vai mudar de nome e vim mais agressivo", o rapaz escreveu um depoimento para GERALDOPOST que será publicado domingo.
"No processo de transição a importância da família é essencial. A construção social vem sendo imposta e no momento da transição o apoio é fundamental para facilitar tais processos e como retaguarda psíquica e física", relata Alberto Silva, gestor da casa de acolhida para transexuais e travestis "Casa Florescer" em São Paulo, a casa tem 30 trans atualmente. "Ao todo 96, sendo que 40% tiveram saídas qualificadas( moradia, autônoma, retorno a família), hoje 50% das trans vinculadas se encontram no mercado de trabalho formal", Silva.
Para o trans a acolhida e o apoio familiar é imprescindível: "A família apoiando a travesti, mulher transexual e o homem trans poderão seguir a sua transição com mais força e ânimo mesmo diante das opressões sociais vividas. Terão a possibilidade de seguir os estudos e também de terem um lar para apoiá-los nas situações de constrangimento e de violência vividos socialmente", conta Luiz Fernando Uchoa, jornalista e um dos membros do Centro de Cidadania Laura Vermont "uma instituição destinada a socialização, formação e sensibilização para LGBTs e também para a rede de serviços na melhora de atendimentos para este segmento", conta.
O Centro de Cidadania é responsável por espaços com o transcidadania na Zona Leste de São Paulo e realiza atividades de capacitação profissional, sociocultural e acompanha o desenvolvimento escolar nas escolas da região.
MERCHANDISING SOCIAL
Para o trans a acolhida e o apoio familiar é imprescindível: "A família apoiando a travesti, mulher transexual e o homem trans poderão seguir a sua transição com mais força e ânimo mesmo diante das opressões sociais vividas. Terão a possibilidade de seguir os estudos e também de terem um lar para apoiá-los nas situações de constrangimento e de violência vividos socialmente", conta Luiz Fernando Uchoa, jornalista e um dos membros do Centro de Cidadania Laura Vermont "uma instituição destinada a socialização, formação e sensibilização para LGBTs e também para a rede de serviços na melhora de atendimentos para este segmento", conta.
O Centro de Cidadania é responsável por espaços com o transcidadania na Zona Leste de São Paulo e realiza atividades de capacitação profissional, sociocultural e acompanha o desenvolvimento escolar nas escolas da região.
MERCHANDISING SOCIAL
"Contigo!1996" |
Em "América" (2005), Gloria Perez, foi censurada quando o beijo gay dos personagens Junior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro) foi tirado do ar momentos antes de sua exibição, o beijo só foi ao ar oito anos depois na novela "Amor à Vida" de Walcyr Carrasco, acusada de propaganda enganosa, dias depois a Globo assumiu o corte.
O merchandising social é costumeiro na televisão brasileira. No livro "Televisão Levada a Sério", Arlindo Machado retrata o assunto: "Esquematicamente, pode-se abordar a televisão (da mesma forma do que qualquer outro meio) de duas formas distintas. Pode-se tomá-la como um fenômeno de massa, de grande impacto na vida social moderna, e submetê-la a uma análise de tipo sociológico, para verificar a extensão de sua influência", embora se tenha nitidamente a telenovela como um produto de consumo em que se vende os mais variados produtos, Machado aborda a responsabilidade social por outro viés: "Mas também se pode abordar a televisão sob um outro viés, como um dispositivo audiovisual através do qual uma civilização pode exprimir a seus contemporâneos os seus próprios anseios e dúvidas, as suas crenças e descrenças, as suas inquietações, as suas descobertas e os vôos de sua imaginação. Aqui, a questão da qualidade da intervenção passa a ser fundamental"
A personagem foi construída de forma com que o público aprovasse seu drama, em entrevista para Folha a novelista diz que não tinha plano B. "Sendo um tema ainda tão desconhecido para a maioria das pessoas, a preocupação foi construir empatia. O público compartilhou sua angústia e a descoberta de sua identidade. Está indo junto com ela", disse Gloria Perez. O mesmo aconteceu com Sarita Vitti (Floriano Peixoto), de "Explode Coração" (1995), a autora construiu sua trama para que o público se sensibilizasse com sua história e a "humanização" do personagem foi proposital.
Na época, Sarita ajudava os vizinhos encrencados e tinha planos de adotar uma criança com HIV, em uma época que o país ainda sofria com a perdoa de seus ídolos devido à doença. "Quero colocar esses dois assuntos delicados em discussão por que, infelizmente, ainda existe muito preconceito em torno disso", disse a autora em entrevista à revista Contigo! na época.
A audiência da novela está na casa dos 34 pontos, média desde o primeiro capítulo, por diversas vezes ultrapassou os 40 pointos de audiência em São Paulo, onde cada ponto corresponde a 199.309 pessoas: são mais de 6,7 milhões de pessoas acompanham a novela diariamente,
NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
Ivana vai ser rejeitada pela família em "A Força do Querer" e passará por dificuldades, o pai será o única que vai 'entender um pouco melhor' o drama da filha a ponto de dar dinheiro escondido para ela.
Mas Ivana passará por situações que os trans passam diariamente por insultos e humilhação. Ao entrar em uma banheiro ela será hostilizada. A vida de Ivana não será nada fácil, pois o preconceito é gritante e aterrorizantes, vide os assassinatos quase que diários que os trans são vítimas em todo o mundo.
TRANSFOBIA
No Brasil não existe uma estatística oficial sobre o assunto, porém o site HOMOFOBIAMATA.wordpress.com, editado pelo Grupo gay da Bahia - GGB, produz um relatório anual com as mortes do público LGBT, esta contabilização é realizada através de dados da delegacias civis e militar da Bahia, notícias em sites e períodos jornalísticos.
Das 343 mortes de 2016, 42% foram trans (travestis e transexuais) e 12 heterossexuais, um dos casos mais famosos é do vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, que ao tentar defender um gay e duas travestis de lutadores homossexuais foi brutalmente assassinado em uma estação do Metrô.
ESTUDO
A personagem Ivana é o tema central do trabalho de conclusão de curso de GERALDOPOST, editor deste blog. "A Identidade de Gênero na Novela 'A Força do Querer' - Salvando vidas no Horário Nobre" é um estudo sobre como a abordagem referente aos transgêneros/transexuais, travestis e transformistas está sendo analisada.
GERALDOPOST tem feito postagens especiais sobre o assunto e convidados pessoas para comentar a novela ou cenas da novela, como Paulo Alencar, psicólogo, que escreveu sobre a descoberta de Ivana perante à sua sexualidade, que não foi alterada. Na novela Ivana é apaixonada por um homem cisgênero - pessoa que se identidade com o gênero de nascimento - e não sabia como lidar com isso.
O artigo "Ser trans não é, necessariamente, ser homossexual", Alencar explica como a sexualidade e a identidade de gênero não são coisas opostas e que nem todo transexual/transgênero é homossexual.
NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
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Renan Castelo Branco/GShow |
Mas Ivana passará por situações que os trans passam diariamente por insultos e humilhação. Ao entrar em uma banheiro ela será hostilizada. A vida de Ivana não será nada fácil, pois o preconceito é gritante e aterrorizantes, vide os assassinatos quase que diários que os trans são vítimas em todo o mundo.
TRANSFOBIA
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reprodução
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Das 343 mortes de 2016, 42% foram trans (travestis e transexuais) e 12 heterossexuais, um dos casos mais famosos é do vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, que ao tentar defender um gay e duas travestis de lutadores homossexuais foi brutalmente assassinado em uma estação do Metrô.
ESTUDO
A personagem Ivana é o tema central do trabalho de conclusão de curso de GERALDOPOST, editor deste blog. "A Identidade de Gênero na Novela 'A Força do Querer' - Salvando vidas no Horário Nobre" é um estudo sobre como a abordagem referente aos transgêneros/transexuais, travestis e transformistas está sendo analisada.
GERALDOPOST tem feito postagens especiais sobre o assunto e convidados pessoas para comentar a novela ou cenas da novela, como Paulo Alencar, psicólogo, que escreveu sobre a descoberta de Ivana perante à sua sexualidade, que não foi alterada. Na novela Ivana é apaixonada por um homem cisgênero - pessoa que se identidade com o gênero de nascimento - e não sabia como lidar com isso.
O artigo "Ser trans não é, necessariamente, ser homossexual", Alencar explica como a sexualidade e a identidade de gênero não são coisas opostas e que nem todo transexual/transgênero é homossexual.
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