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Mulheres respondem o que esperam para o futuro

"Foram as mulheres das fábricas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa que começaram uma campanha dentro do movimento socialista para reivindicar seus direitos - as condições de trabalho delas eram ainda piores do que as dos homens à época", explica uma reportagem da BBC Brasil sobre o Dia Internacional da Mulher.

Ainda segundo a reportagem da BBC Brasil a primeira grande passeata das mulheres aconteceu em 26 de fevereiro de 1909, em Nova York. Uma reivindicação sobre o condições de trabalho, como o excesso das horas trabalhadas, que chegavam a 16h por dia. 

O dia 8 de março só foi oficializado pela ONU em 1975, para lembras as conquistas políticas e sociais. Segundo Eva Blay, em entrevista à BBC Brasil, "Esse dia tem uma importância histórica porque levantou um problema que não foi resolvido até hoje. A desigualdade de gênero permanece até hoje. As condições de trabalho ainda são piores para as mulheres".

Segundo uma pesquisa do Rede Nossa São Paulo, duas em cada 10 mulheres já sofreream preconceito no ambiente de trabalho por ser mulher. Quando se separar em grupos como ensino, as 35% das mulheres possuem Ensino Superior e 32% têm renda família acima de cinco salários mínimos, segundo reportagem do G1 São Paulo.

Outro dado importante da pesquisa se refere a ajuda familiar, 27% das mulheres dizem não possuir nenhum tipo de ajuda para dividir os cuidados fo filho. 

Segundo reportagem da revista Época Negócios, as mulheres recebem 75,4% dos salários dos homens, embora o artigo 461 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), prevê que homens e mulheres, que desempenham a mesma função, devem receber o mesmo salários.

Os dados são de uma pesquisa realizada no último quadrimestre de 2017, e mostra uma leve melhora se comparado com pesquisa de 2012, que mostrava uma realidade ainda pior: as mulheres recebiam 74,1% dos salários dos homens. "A maior disparidade foi registrada em São Paulo, onde homens recebem R$ 3.326 e as mulheres, 65,8% desse valor, R$ 2.189", explica a reportagem.

Ainda segundo a reportagem da Época Negócios, um estudo divulgado no ano passado pelo Fórum Econômico Mundial indicou que será necessário 217 anos para mulheres tenham o mesmo salário que os homens.

GERALDOPOST convidou quatro mulheres de diferentes idades, condição social e racial e perguntou "O que você espera para o futuro?".

Uma pergunta simples, que pode parecer clichê, embasa o desejo de quatro mulheres. Para a administradora, Talita Ferreira, 30 anos, "Uma nação onde todos sejamos honesto em qualquer que seja a situação", faz parte do seu desejo inicial. O discurso é parecido com a dona de casa, Eva Wilma, 35 anos, "Desejo para o futuro uma sociedade mais íntegra, sem esta roubalheira, um futuro com saúde, dignidade e prosperidade. Que a  gente consiga emprego, que nossos filhos tenha bons estudos.

Para a adolescente Melissa Doblado, 12 anos, "espero que no futuro as pessoas olhe para as outras sem querer um espelho, porque somos diferentes", seus desejos se refletem a algo parecido de outra jovem, Ana Carolina, 16 anos, "sair na rua com a roupa quero".

Eva vai além, "A sociedade está sofrendo muito, não está tendo emprego, os estudos nas escolas estão muito fraco. Eu como mãe, eu penso muito nos meus filhos eu quero o melhor para eles, uma nação melhor, um presidente que pense nas pessoas", completa. Talita, completa seu pensamento com a frase: "[Desejo] um lugar que as pessoas tenham acesso à educação, a moradia, alimentação, saúde e lazer. E principalmente um lugar em que as pessoas possam ser aquilo que ela querem ser".

"E que não tenha tanta burocracia para ser feliz, apenas Feliz", completa a jovem Melissa. A estudante Ana carolina, completa seu pensamento desejando "Igualdade, todo mundo fala que tem, mas sei que não."

A pós-graduanda Daniela Criscuolo, respondeu a GERALDOPOST com um poema:

Paga-se um preço alto por nascer mulher.
O estigma da condição feminina
Nos acompanha desde o ventre materno,
Quando nossas mães, desamparadas na gravidez,
Abandonadas à própria sorte,
São chamadas de vadias,
“Quem mandou abrir as pernas?”

Enquanto aqueles que fugiram covardemente,
Seguem de consciência tranquila.
O estigma está conosco
Quando somos violadas
Por aqueles que deveriam zelar por nós.

O estigma está conosco
Quando nos é negado o direito ao próprio corpo,
Quando não vamos à escola para cuidar dos irmãos e ajudar nas tarefas domésticas,
Quando trabalhamos mais para ganhar menos.

O estigma está conosco
Quando escorregamos no tapete da sala ou caímos da escada (mas outra vez?)
Quando nossa voz é silenciada e desacreditada
Quando escolher o que queremos ser não é uma opção.

O estigma está conosco o tempo todo, todos os dias.
Ainda assim
Estamos aqui para lembrar
Que temos o poder de superar este e todos os estigmas.

Somos muitas
Lutamos e lutaremos por nós
E por aquelas que virão
Nosso lugar é em todos os lugares
Nossas vozes serão ouvidas
Somos muitas
E resistiremos.