O diretor Paulo Silvestrini acumula sucessos na Globo, ele já dirigiu novelas das nove, das sete e das seis, entre elas sucessos como Da Cor do Pecado (2003), com Tais Araújo, além de Avenida Brasil (2012) e Joia Rara (2014), esta eleita a melhor novela do ano vencedora o Emmy Internacional. Seu último sucesso está na faixa das sete, com Vai na Fé (2023), que tinha Bella Campos como protagonista.
Escalado para a faixa das 21h após sete anos, o diretor é a favor do remake de tramas clássicas: "Grandes histórias merecem ser recontadas. ‘Vale Tudo’ é o maior clássico da teledramaturgia brasileira, a grande história, os grandes personagens. Um clássico, sempre que relido, continua fazendo sentido", conta Silvestrini e classifica a escolha por Bella Campos para viver Maria de Fátima é um grande acerto: "A leitura da Bella Campos foi definitiva. Digo sempre que Maria de Fátima escalou a Bella."
O diretor conta que temas espinhos e pertinentes para a sociedade estarão presentes: "Através dos personagens e situações criadas, possamos promover um ambiente de discussão de questões relevantes para a sociedade brasileira de hoje. Sobre muitas dessas questões, nosso entendimento mudou, às vezes, para melhor, às vezes para pior, muitas coisas foram renomeadas e ressignificadas. Queremos estimular o diálogo".
CONFIRA A ENTREVISTA COM O DIRETOR
Por que refazer um clássico?
PAULO SILVESTRINI: Grandes histórias merecem ser recontadas. ‘Vale Tudo’ é o maior clássico da teledramaturgia brasileira, a grande história, os grandes personagens. Um clássico, sempre que relido, continua fazendo sentido. Estamos fazendo a novela para o público de hoje, para quem viu e quem não viu. Buscamos acomodar as transformações tecnológicas e realinhar as questões discutidas pela novela à luz da contemporaneidade. Sobre muitas coisas, o entendimento mudou, a agenda também. Queremos contemplar essas mudanças.
O que motivou a escolha da Taís Araujo e da Bella Campos para serem as intérpretes de Raquel e Maria de Fátima, respectivamente, nessa nova versão?
PAULO SILVESTRINI: Buscamos intérpretes que dialogassem com o Brasil de hoje. Eu desejava um elenco jovem, inquieto, disposto a aproveitar todas as oportunidades do texto. O processo de escalação do elenco levou quase um ano. Foram muitos testes, experiências e ambientações. A leitura da Bella Campos foi definitiva. Digo sempre que Maria de Fátima escalou a Bella. Taís é uma atriz generosa e corajosa. Sua interpretação da Raquel é de uma entrega rara, uma sinceridade comovente.
Assim como na primeira versão, ‘Vale Tudo’ é ambientada no Rio de Janeiro. A diferença é que a obra atual tem como destaque Vila Isabel, na zona norte do Rio. Como o bairro vai ser retratado na novela?
PAULO SILVESTRINI: Vila Isabel é o oposto do individualismo, do cada um por si. É o lugar onde os personagens criam uma rede de apoio mútuo, de solidariedade, de afeto. Simboliza o melhor do brasileiro.
Como foi o processo de construção da trilha sonora?
PAULO SILVESTRINI: A trilha sonora traz embarcado um charme vintage, uma sensação de reconhecimento e pertencimento. Procuramos juntar novidades e homenagens, criando uma atmosfera envolvente e sedutora. Artistas internacionais fazem parte da trilha, mas há uma aposta no Brasil. Os temas incidentais compostos exclusivamente para a novela, por exemplo, foram executados por músicos brasileiros, como o produtor musical Eduardo Queiroz faz sempre questão.
‘Vale Tudo’ vai tratar de temas sérios, atuais e relevantes, como a falta de ética, o racismo, a corrupção e o machismo. O que pretendem com isso?
PAULO SILVESTRINI: Nossa história é uma ficção, mas o nosso desejo é que, através dos personagens e situações criadas, possamos promover um ambiente de discussão de questões relevantes para a sociedade brasileira de hoje. Sobre muitas dessas questões, nosso entendimento mudou, às vezes, para melhor, às vezes para pior, muitas coisas foram renomeadas e ressignificadas. Queremos estimular o diálogo.
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