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"Beijo gay virou a Atlântida, um mito. Todo mundo fala que vai fazer, mas nenhuma empresa aprova" disse o novelista Carlos Lombardi

O novelista Carlos Lombardi é um dos mais importantes da teledramaturgia nacional, ajudou, segundo ele mesmo, e não é mentira, a formar o 'padrão Globo de qualidade', na líder que ele deixou após 31 anos de exclusividade e duas novelas barradas pela alta cúpula.
"Fiz uma proposta maluca de uma comédia para as 19h, o "João ao Cubo". Seria o famoso clássico do cara com três mulheres, mas, em vez de três cidades, eram três épocas diferentes" disse o novelista em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, deste domingo (25).
Lombrdi ainda criticou o governo com sua classificação indicativa, que segundo ele, foi para as mãos da Igreja Católica "As novelas hoje estão mais bobas do que há 10 ou 15 anos atrás. A classificação indicativa ficou mais rígida, porque, quando o PT assumiu, essa parte ficou com a Igreja Católica" disse o novelista."Escrever novela é lidar com a moral média do público. Se fizer uma história em que, no primeiro capítulo, a mocinha aborta, atravessa a rua e vai fazer sexo por prazer será controverso e o público não a apoiará" completou.
Para ele o Ministério Público está mais careta do que a população "Frequentemente, o Ministério Público está a reboque de gente mais careta que a média. Por medo do Ministério Público não vai ter cigarro em 'Pecado Mortal'. E ela se passa em 1977. Porque cigarro é droga legal e eles podem reclassificá-la por isso."
Lombardi ainda comenta que foi copiado pelos colegas que hoje colocam homens descamisados nas novelas, foi ele quem nos final dos anos 1980 e começo dos 1990 que implantou este estilo "Os descamisados foram uma novidade nos anos 1980. Pergunta para o João Emanuel [Carneiro]. Naquele subúrbio de "Avenida Brasil" [Globo] ninguém usava camisa. Fiz isso como uma oposição à mexicanização" e que falar de religião na Record é 'muito difícil' e disse ainda que não vai mexer em muitas polêmicas como o 'beijo gay': "Beijo gay virou a Atlântida, um mito. Todo mundo fala que vai fazer, mas nenhuma empresa aprova."
Na sua estreia na Record, Lombardi vai contar a história dos bicheiros que perderam o poder nas favelas cariocas para os traficantes "Tem um personagem gay, um alfaiate, é bicha à moda antiga, disfarça, não quer que o bicheiro descubra. Ele vai virar a figura paterna de um garotão. Mas beijo gay, nem discuto. Tem muita gente na fila."