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Bibi Poderosa a dona da novela das nove

Divulgação
Assim como milhares de mulheres no mundo, Fabiana Escobar fez o que pôde para estar ao lado do marido. Entre fazer de tudo "para conquista-lo", passando pelos problemas da vida até se envolver nas mais loucas e alucinantes histórias com direito a tiros, porradas, mortes e contravenções. Sua história tinha tudo para ser o mais absoluto clichê e não deixa nada a desejar para grandes best-sellers, eu mesmo a comparei com "Se houver amanhã", de Sidney Sheldon, sem, obviamente a narrativa envolvente do escritor americano.

Fabiana Escobar não tem o domínio da narrativa de Sheldon, não neste livro pelo menos, ela é autora de outros dois, mas a história é desenvolvida de forma magistral e cronológica, ela poderia cair em desgraça mas não, eu recomendo que o leitor assista alguma entrevista de Fabiana para algum programa de TV, para ter em mente a forma gesticulada e o tom de voz dela, que embora Juliana Paes esteja ótima no papel, a Bibi da vida real é muito mais interessante do que a do folhetim e o livro é completamente diferente da história contada por Gloria Perez, Bibi da ficção é comedida a da vida real, não.

O "fogo na tarraqueta" da adolescente, a paixão/encantamento pelo namorado, o deslumbre pelo poder e angústia de mãe vendo os filhos (na vida real ela tem dois) sofrerem estão emolduradas com boas doses de tensão e humor. Logo no começo da história ela destaca que 'até dentro do tráfico' existe ética, a ética que é universal da traição e da amizade, com a história de uma adolescente grávida posta para voar. O envolvimento do marido com o tráfico de forma gradual, cometendo pequenos favores/crimes aos donos da boca, não se diferem dos atos antiéticos que cometemos no dia-a-dia: como não devolver o troco a mais ou deixar de pagar algo não cobrado na comanda do bar.

Bibi foi em busca da sua felicidade ao lado do marido com a real intenção de que tudo acabasse mais rápido, pode parece ilusão, mas quando a paixão fala mais alto do que a razão não se poupam loucuras. Quase que diariamente vimos nas colunas policiais atos corajosos e criminosos das pessoas que envolvidas pelo o outro acabou embarcando em grandes furadas, são dezenas os casos mais famosos que ganharam a mídia assim como de Bibi Perigosa, a Baronesa do Pó, alçada ao posto máximo de poderosa do tráfico e a sua imagem de mandona e temperamento explosivo.

O que Bibi mostra em sua biografia que o "Perigosa" é na verdade a paixão doentia que sentia pelo marido, a sua história é muito mais complexa do que a vivida por Juliana Paes na ficção, não teve nenhuma grande paixão no asfalto que a balançava, não que a trama de Gloria Perez seja ruim, pelo contrário, a autora mostra os dilemas das mulheres que envolvidas/apaixonadas pelos "seus homens" fazem de tudo (tudo mesmo), por eles, e a paixão pelo ex-noivo da novela é uma artimanha do folhetim.

A complexidade de Bibi da vida real é muito maior do que da Bibi da ficção, sua biografia é uma grande reportagem humanitária, hora envolvida pela emoção, hora envolvida pela factualidade, ali ela esfrega na cara da sociedade e especialmente das jovens sonhadoras que nem tudo vale a pena por amor. Mostra o quão os policiais estão envolvidos com a criminalidade (isso não é novidade) e como a crueldade e a generosidade andam lado a lado tanto entre os 'mocinhos' e os 'vilões' da vida real.

"Perigosa" é uma sensacional.

AUTÓGRAFOS
Fabiana Escobar vai autografar o seu livro na Bienal do Rio neste domingo (3) a partir das 13h, os ingressos são vendidos pelo site oficial (bienaldolivro.com.br) do evento e custa R$ 24 (inteira) e R$ 12 (meia), o ingressos dá acesso ao evento e não à sessão de autógrafos.

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