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Irmão de Matheusa faz relato emocionante no Facebook: "Uma das pessoas mais queridas que eu já conheci".

O jovem Gabriel Passareli, irmão de Matheus Passareli, conhecido e chamado por amigo e família como Matheusa, a jovem não binário - que não se reconhecia no corpo de homem e nem de mulher -, carinhosamente conhecida como Matheusa, postou um depoimento emocionante sobre a irmã. Matheusa, segundo informações da política do Rio de Janeiro, foi queimado vivo por traficantes de uma comunidade no Bairro de Encantado, no subúrbio do Rio de Janeiro.

Segundo Gabriel, em depoimento postado no Facebook, a jovem "havia comentado sobre esse trabalho que ela tinha para fazer na festa, que seria uma tatuagem na aniversariante" e que após o desaparecimento, vários amigos partiram em busca da jovem, "a partir de certo momento, descobrimos que não poderíamos circular mais pelo bairro do acontecido desaparecimento e com isso, precisávamos zelar pela segurança daqueles que estavam nas ruas implicados em encontrarem a Matheusa. Tivemos que parar as buscas e concentrar as energias nas investigações da instituição".

Leia o depoimento na íntegra abaixo:


TRANSFOBIA

Segundo o Grupo Gay da Bahia - GGB, através do site homofobiamata.wordpress.com.br, só em 2018, pelo menos 142 LGBTs foram assassinados no país. Para a Associação Nacional de Travestis e Transexuais - ANTRA, uma pessoa trans é assassinada a cada 48 horas no Brasil.

Segundo informações do site de notícias G1, Matheusa foi encontrada nua e transtornada na entrada do "Morro do 18", a quilômetros de distância do Bairro do Encantado, onde ela teria feito um trabalho, segundo relato do irmão. A delegada que investiga o caso, Ellen Souto, da Delegacia de Paradeiros, disse ao RJTV, que ela foi levada ao traficantes para poder se explicar da situação que se encontrava: 'nua' e passou por um 'tribunal', onde foi julgada e morta.

Reportagem do RJTV, mostra como o poder público não está apto a lidar com o público trans, a delegada chama Matheusa, o tempo todo pelo artigo masculino, embora, sua família e a própria imprensa a chame pelo artigo feminino e pelo menos Matheusa. A reportagem pode ser assistida, neste link: "Estudante Matheusa foi 'julgada' antes de ser morta por traficantes, diz delegada"

Ainda segundo a delegada, os moradores relataram que Matheusa dizia frases desconexas, sem relatadas que tipo de frases são essas. O que mais parece uma tentativa, desenfreada, de mostrar a pessoa trans como "louca" ou "drogada", dando continuidade para o esteriótipo e marginalização deste público.