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'Por Amor' teve sinopse alterada pelo autor Manoel Carlos em 1998

O autor Manoel Carlos trocou, em 1998, a sinopse da novela Por Amor. Na original a personagem Maria Eduarda (Gabriela Duarte) morreria e suas córneas seriam doadas para a irmã Sandrinha (Cecília Dassi), que ela tanto rejeitou. Reportagem da revista Amiga (Editora Bloch, 1998), mostra como a atriz Regina Duarte se engajou para a salvar a vida da filha na novela. Como na vida real, as personagens de Regina e Gabriela são mãe e filha na novela.

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GERALDOPOST contou semanas atrás como Regina Duarte se engajou, nos bastidores para salvar a personagem da filha. 'Regina age, na vida real, como sua personagem. Ela afirma que não concorda com a morte de Eduarda' contava a reportagem de Tereza Clark que ouviu a atriz Gabriela Duarte: "Me programei para a morte de Eduarda desde o início. Tenho certeza de que o Manoel Carlos encontrará uma solução coerente para o final da história".

Na sinopse original Sandrinha sofria um acidente, como aconteceu de fato e estas cenas estão indo ao ar nesta semana na reprise no Vale A Pena Ver de Novo e acordaria cega. Ao mesmo tempo Maria Eduarda teria uma morte cerebral e as suas córneas seriam doadas para a meia irmã, filha de seu pai Orestes (Paulo José) com Lídia (Regina Braga). Maneco abordaria uma questão de saúde pública, assim como fez em História de Amor (1996) com o câncer de mama da personagem interpretada por Bia Nunes.

Questionado pelo jornal Folha de S. Paulo sobre a novela fazer papel de saúde público, Maneco relembra a trama de História de Amor:"Sim. Faço questão de que isso aconteça. Em História de Amor, eu toquei no assunto do câncer de mama e, numa reportagem, uma pessoa disse: 'Vou fazer o exame da novela das seis'", lembra o autor que comentou ainda que no salão da beleza d anovela ele abordou temas de interesse público: "como o novo código de trânsito, a reforma da previdência, a doação de órgãos. Era uma espécie de porta-voz da população", lembrou o autor em entrevista a Rui Dantas. "Quando toquei no aborto, fiz a Lídia tentar convencer a menina grávida, mas fiz questão de que ela não conseguisse. Evidentemente a menina fez uma autocrítica e se arrependeu", completou.

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ASSUNTOS PERTINENTES

Os temas de saúde pública, nas telenovelas brasileiras, na década de 1990, era um forte engajador de assuntos. Em 1995, dois anos antes de Por Amor, Gloria Perez parou o país com o drama do menino Gugu (Luis Claudio Junior) que era raptado por um homem e seria vendido para um casal de estrangeiros, o tema das crianças desaparecidas engajou a sociedade, a imprensa e empresas na época, o rosto de crianças estamparam latas de óleo, de embalagens de biscoitos e apareciam no intervalo da novela, além é claro de estar inserido nos diálogos.

A primeira vez que uma criança desaparecida apareceu na tela da Globo, nas escadarias da Igreja da Candelária (Centro, Rio de Janeiro) foi no final do capítulo de um sábado, no domingo Gloria receberia um telefonema de uma mãe agradecendo a ação e dezesseis anos depois ela voltou a tocar no assunto do tráfico de pessoas na novela Salve Jorge (2012). Ações socioeducativas, como a Globo chama estas abordagens, já vinham acontecendo como em De Corpo e Alma (1993), quando o assunto do transplantes de órgãos foi abordado e o InCor recebeu nove doações após a estreia da novela.

Maneco não parou por aí, ele fez das suas telenovelas um palanque social para a abordagem de temas de interesse público: em Laços de Família (2001) falou da doação de medula óssea, em Mulheres Apaixonadas (2003) falou a violência contra a mulher e contra o idoso - neste caso o Estatuto do idoso foi aprovado sendo baseado nas reações que a novela causava na sociedade brasileira -, da criança com síndrome de down em Páginas da Vida (2005), por exemplo. Além do alcoolismo presente em praticamente todas as novelas.
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