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'Laços de Família': casamento de Camila e Edu teve barraco, tapa na cara e censura


A sequência do casamento de Camila (Carolina Dieckmann) e Edu (Reynaldo Gianecchini) na novela Laços de Família, de Manoel Carlos, em reprise no Vale a Pena ver de Novo, na Globo, deu sérios prejuízos financeiros à Globo, em novembro de 2000, quando a trama levava ao ar os preparativos do casamento dos pombinhos 'judas', a emissora teve que tirar crianças de cena, usar um boneco para substituir o bebê Bruninho, filho e Capitu (Giovanna Antonelli) e regravar cenas do casamento, o que causou prejuízos à emissora.


O enredo da novela, mostrava o relacionamento dos jovens, padrasto e enteada, que se apaixonam, ela engravida e resolvem se casar. O que causou muita comoção 'moral', já que a da jovem se apaixonou pelo namorado da mãe, Helena (Vera Fischer). A partir daí, o romance entre os dois passou a ser julgado na ficção e na realidade. Camila, engravidou capítulos depois e quando decidiram se casar, a trama passou a sofrer censuras da igreja. Como se não bastasse, o Ministério Público que estava no pé da Globo, desde setembro, daquele mesmo ano, entrou com uma liminar em que proibia a emissora de exibir cenas com menores de idade, alegando que a emissora não tinha alvará para o trabalho dos atores menores de idade.

A Globo chegou a gravar cenas do casamento na Igreja São Pedro de Alcantara, na Urca, mas a Igreja Católica proibiu a emissora de exibi-las, enquanto isso a Central de Atendimento do Telespectador, passou a receber uma enxurrada de ligações pedindo que a emissora desistisse de exibi-las, segundo o Estadão. As cenas foram regravadas em uma Igreja cenográfica de Terra Nostra, ainda segundo o Estadão.

A Globo teve de esticar o Jornal Nacional para até 21h, já que o juiz Ciro Darlan conseguiu uma liminar em que proibia a emissora de exibir a novela antes das 21h. Para a Folha, o autor Manoel Carlos disse que "eles estão chovendo no molhado. A novela entra todos os dias entre 20h55 e 21h05, à exceção das quartas-feiras, por causa do futebol".

Segundo reportagem da época, Nina (Julia Maggessi) foi enviada para a casa dos avós maternos na Bahia. Bruninho (interpretado pelos irmãos Natã Andrey Beltrão) foi matriculado em uma creche em período integral. Rachel (Carla Diaz) e Tide (Samuel Melo) foram para uma colônia de férias - em pleno outubro - e Fabio (Max Fercondini) foi para o exterior. A atriz Julia Almeida, que tinha 17 anos na época e interpretava Stella, irmã de Edu e tinha funções importantes na trama, conseguiu uma mandato de segurança para continuar na novela, segundo reportagem da Folha.

A Globo teve de regravar as cenas do casamento sem a presença de crianças, e teve prejuízo de R$ 100 mil. Na época, em nota o Ministério Público do Estado disse que "não faz parte de suas atribuições censurar qualquer produção artística ou cultural [...] foram propostas ações com o objetivo de que cenas de violência e sexo sejam exibidas em horário adequado, segundo a classificação indicativa do Ministério da Justiça", e que a emissora estava 'abusando' do 'direito de liberdade de expressão'.

Manoel Carlos, autor de Laços de Família e pai de Julia Almeida criticou a justiça pela censura à novela e por proibir a presença da sua filha, menor de idade, na trama: "Além de autor da novela, e um autor muito consciente, tenho uma filha adolescente de 17 anos que trabalha nela (a personagem Stela) e não admito e não permito que um juiz ou o até presidente da República, seja lá quem for, interfira no meu direito de pai, de autorizar milha filha a participar da novela", declarou o autor Maneco, na época, ao Estadão. Para a Folha, Maneco disse: "Não admito que ninguém, sob qualquer pretexto, dê ordens e estabeleça normas para a minha família. Seja um juiz, o presidente da República ou o papa. Essa gente que vá cuidar das crianças que estão nas ruas, sem oportunidade de trabalho. Minha filha estuda, ganha seu salário, trabalha oito horas por dia. É o que eu queria para todos os adolescentes do meu país."

Mas não foi apenas Laços de Família que sofreu com a censura não. A novela Uga-Uga, de Carlos Lombardi, a banheira do Gugu, do SBT, e os programas Clipper e Festa do Malandro 1, da TV Gazeta, também foram reclassificados.

AUDIÊNCIA


Segundo reportagem do Estadão, da época, as polêmicas só fizeram a audiência da novela crescer. No dia 13 de novembro, a novela registrava 39 pontos, na semana seguinte a novela já registrava 50 pontos de média. A Igreja, em nota na época disse que as emissora estavam levando aos lares brasileiros "o sexo explícito, o linguajar abusivo, a degradação de convivência familiar e social, a violência e o preconceito".

No dia que o capítulo, do capítulo foi ao ar a novela marcou picos de 59 pontos. Os atores da novela chegou a ir a Brasília almoçar com o presidente da república, Fernando Henrique Cardoso. "Só espero que o presidente não se deixe vender por um prato de comida", comentou o presidente da CNBB, dom Jayme Chemello, na época. Tanto o bispo, quanto o Ministro da Justiça disseram que não se tratava de censura: José Gregori disse que "Está evidente que o Brasil não quer censura, mas também não quer procariada".

A sequência do casamento, além de toda esta polêmica, que obviamente chamou mais atenção do público. Manoel Carlos preparou cenas importantes ao ar, como a cena em que Clara (Regiane Alves) desmascara Capitu (Giovanna Antonelli), contando no microfone para todos que a jovem era garota de programa. Clara ainda disse que queria que algum juiz tirasse Bruninho da rival, levando um tapa na cara.

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