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Economista de Bolsonaro, fala em acabar com repasse de verba ao "Sistema S" que gera o Sesc, Senac, Sesi e Senai


O economista Paulo Guedes, considerado 'guru econômico de Jair Bolsonaro', prega em suas palestras para o mercado financeiro o fim do repasse de verbas para Sistema S. A informação é do jornal "O Estado de S. Paulo" do dia 18 de setembro de 2018: "Os recursos do Sistema S entraram na mira da eleição presidencial como saída para minimizar o déficit de R$ 139 bilhões em 2019", diz a coluna, cujo trecho viralizou na semana passada nas redes sociais. O Sistema S abrange a administração de empresas como Sesc, Senac, Sesi e Senai - que são as mais populares - entre outras.

Na foto acima a unidade Sesc 24 de Maio, na região central de São Paulo.

Dois dias depois, o assunto voltou a ser citado em uma reportagem sobre o aceno que as campanhas de Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) estavam fazendo ao mercado. Guedes, segundo uma fonte ouvida pela reportagem de 20 de setembro, acenava com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) uma conversa.

O caso é tão sério, que José Roberto Trados, o presidente eleito da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) - entidade que fundou o Sistema S em 1946 - disse que assim que tomar posse, em novembro, vai procurar o governo eleito: "É preciso lembrar a eles que se trata de recursos privados que são empregados pelas confederações dos setores da economia em ações que deveriam caber ao Estado. Ou seja, assumimos esse papel sem ônus algum para o governo", afirmou Trados.

O executivo disse ainda, segundo reportagem do Terra, que o Sistema S é totalmente fiscalizado. "O Sistema S é altamente fiscalizado, com um conselho fiscal formado por cinco membros indicados pelo governo e dois pelos empresários. Também há fiscalização regular pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU)", e condenou o uso do termo "caixa preta" para falar do Sistema S.

Trados, disse ainda, que vai propor a necessidade de uma simplificação tributária, parecida com a dos Estados Unidos: "Vimos que o corte de impostos para pessoas jurídicas nos Estados Unidos está dando bons resultados". Acabar com repasses significa mudar leis, o Sistema S foi fundado por empresários, na segunda metade da década de 1940, justamente para dar aos trabalhadores, em o acesso a cultura e educação não formal, com o Sesc, e educação profissionalizante com o Sesi e Senac.

Paulo Guedes, quando conheceu Bolsonaro, em novembro do ano passado, depois de escrever um artigo para o jornal O Globo, disse que estava ligado ao apresentador Luciano Huck, que na época aspirava uma candidatura à presidência da república. Segundo a Revista Piauí, Bolsonaro disse sobre ele: "Já gostei do Paulo. É franco, veio do quartel-general do inimigo e falou a verdade".

O SISTEMA S

Termo que define o conjunto de organizações das entidades corporativas voltadas para o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica, que além de terem seu nome iniciado com a letra S, têm raízes comuns e características organizacionais similares. Fazem parte do sistema S: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria (Sesi); e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac). Existem ainda os seguintes: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop); e Serviço Social de Transporte (Sest). Fonte: Senado.leg.br

O Sesc, foi fundado em meio a transição após o fim da 2ª Guerra Mundial, empresários brasileiros buscam o desenvolvimento como a industrialização e a urbanização, em um período que os movimentos sociais se multiplicavam, assim como os direitos trabalhistas, neste mesmo período o direito ao voto a todos os brasileiros maiores de 18 anos. Em 13 de setembro de 1946, um anos após o surgimento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Presidente da República Eurico Gaspar Dutra, decretou a criação do Sesc (Serviço Social do Comércio) e do Senac (Serviço Nacional da Aprendizagem Comercial), a fundação foi marcada pelo documento "Carta da Paz Social" que pode ser lida no site oficial do Sesc Brasil - www.sesc.com.br.

Em 2015, Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc SP, explicou como é a arrecadação do Sesc, em entrevista o jornal Folha de S. Paulo: "A Nossa arrecadação vem da folha de pagamento dessas empresas. Não da contribuição dos trabalhadores, mas de um cálculo sobre a folha, que as empresas fazem para contribuinte para a gente", disse o sociólogo que administra o mais de R$ 1,5 bilhão de orçamento anual do Sesc SP, entrevista completa aqui. Cada empresa contribui com o valor equivalente a 1,5% da folha de pagamento (para o Sesc e Senac por exemplo), quanto mais emprego gerado, maior é contribuição.

No começo do ano começou a tramitar um projeto que tira 25% do Sistema S, montante bilionário para a segurança pública. Fazendo com que o dinheiro, que seria destinado á cultura, lazer e educação, fosse voltado ao combate à criminalidade.

Entre recursos do Sistema S, na base de educação por exemplo, estão escolas de Ensino Médio, presente em quatro estados como Goiás, Distrito Federal, Roraima, Amazonas e Rio de Janeiro, com 1.478 alunos inscritos e atendimento em mais de 1,4 milhões.