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Há 18 anos, Walcyr Carrasco assumia novela e dava folga ao elenco de 'Esperança'


A novela Esperança (2002), de Benedito Ruy Barbosa, estreou em junho de 2002 como uma continuação de Terra Nostra (2000), grande sucesso do mesmo autor, no exterior a novela chegou a ter este nome Terra Nostra 2, mas aqui no Brasil a trama não empolgou. Nem mesmo um elenco estelar como Ana Paula Arósio, Reynaldo Gianecchini, Antonio Fagundes, Walmor Chagas, Maria Fernanda Cândido e Fernanda Montenegro, fizeram da trama um sucesso, pelo contrário, seus bastidores foram super animados com troca do autor, acidentes e diretor no hospital.



Ambientada em uma pequena cidade do interior da Itália, as chamadas da novela era um primor. Mas os dramas dos italianos Maria (Priscila Fantin) e Toni (Gianecchini) que lutam por uma paixão não foi caviante, as cenas iniciais ambientas em Civita do Bagnoregio na Itália ressaltavam a qualidade técnica da direção e do texto caprichado de Benedito, intercalando o velho folhetim com dados históricos. Mas a química (ou falta de) entre Fantin e Gainecchini não foi o suficiente para segurar a audiência, Ana Paula Arósio roubou a cena interpretando a judia Camilli, que se apaixonada pelo italiano e se torna uma maluca ciumenta. 

Em uma das cenas, em que ele, escultor, faz juras de amor à uma estátua que ele fez em homenagem à Maria, a carga dramática da cena ultrapassou todas as concentrações e ambos os atores saíram feridos. Sem perceber, Arósio colocou tanta força em cena que quebrou dois dentes do ator e torceu o pé durante a gravação. Ambos foram parar no hospital. "O galã saiu do estúdio da Central Globo de Produção (Projac), em Jacarepaguá, zona oeste, sem um dente frontal e com pontos internos na boca. A atriz sofreu uma entorse no tornozelo direito", segundo reportagem do Estadão. Os problemas na novela foram só aumentando, assim como em O rei do gado, as gravações começaram a atrasar e o uso de clipes e flash-backs entraram em cena, era muita música clássica, com o grande Raul Cortez tocando Chopin, aos piano, e takes das fazendas.

O atraso nas gravações desencadeou falhas técnicas, como um refletor que chegou a aparecer no vídeo. O autor, Ruy Barbosa, passou a enfrentar uma série de problemas pessoais. Em agosto daquele ano o seu sítio foi assaltado, na semana seguinte a novela registrada audiência inferior em 6 pontos (na comparação com O Clone), após quinze dias no Rio de Janeiro o autor conseguiu adiantar apenas 4 capítulos da novela.

Sua mãe ficou doente durante a novela e os problemas de audiência só aumentavam, em novembro de 2002, o próprio autor disse que carrasco assumiria a novela. Benedito não conseguiu entregar o bloco de capítulos da novela. "Barbosa afirma que nesta semana entregou os capítulos quatro dias antes da data de exibição. No início do mês, o autor assumiu um compromisso com a cúpula da Globo de que, hoje, teria uma frente de pelo menos seis capítulos", cita a reportagem da Folha de 29/11/2002. "Barbosa diz que aceitou a colaboração de Walcyr Carrasco 'por se tratar de um ótimo autor e de um belo caráter'", ainda segundo a reportagem. Carrasco vinha de um grande sucesso, O Cravo e a Rosa (2000) e de um grande fracasso, A Padroeira (2001), que acabara naquele ano. Carrasco começou a escrever a novela em dezembro com a colaboração de Thelma Guedes. Segundo a coluna Outro Canal, na época assinada por Daniel Castro, na Folha, um acordo entre Benedito e Carrasco davam conta de que Benedito atuaria na supervisão de Carrasco e que voltaria ao comando da novela nos capítulos finais, o que não aconteceu.


Em 24 de dezembro daquele ano, graças ao autor, o equipe técnico e elenco tiveram merecidas folgas de final de ano. "Para ter cinco dias de descanso, no entanto, os atores tiveram que gravar até na noite de sábado. Voltam ao batente na sexta. E o ritmo 'alucinado' da produção levou o diretor Carlos Araújo, com indícios de estresse, ao hospital. Ele passou mal na tarde de sábado", ainda segundo castro, na Folha. Escalado ás pressas, após o adiamento da novela Celebridade, de Gilberto Braga, as primeiras cenas da novela de Manoel Carlos, Mulheres Apaixonadas (2003) que está no ar no Canal Viva, tiveram cenas gravas na antevéspera do Natal. Aquele 2002, não foi nada fácil para a Globo - pelo menos na faixa das 21h -, a novela Esperança marcou 19 pontos de audiência. Em janeiro de 2003, a última semana da novela Por Amor (1998), reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, teve share (percentual de televisores ligados) maior que a novela das 21h. Por Amor marcou 32 (com 64% de share) e Esperança 33 pontos (com share de 51%).

Nem mesmo com a chegada de Carrasco a novela emplacou, Esperança fechou com 12 pontos a menos que O Clone (2001), de Glória Perez. A novela registrou 50 pontos no último capítulo, uma crise na época, que hoje em dia nenhuma novela consegue emplacar.


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