A ousadia e qualidade de Criolo em um dos melhores álbuns do ano

O álbum "Nó Na Orelha" é rap, hip hop, bolero e samba, a mistura que a música brasileira necessitava para a sobrevivência; é a 'responsa que o artista independente leva'

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Criolo cria toda a expectativa de um CD de mano, mas vai muito além disso. É uma série de composições que varia entre o político e o romântico, entre o rap e o samba, passando para o bolero brega de décadas passadas, com um tom de Pedro Luíz e a Parede, com a faixa Freguês da Meia Noite, mas é tão bem letrada de frases e arranjos bem musicados que não se enquadra no ruim, mas sim no talento de muita ousadia.

O xis da questão - sem trocadilho - estão nas excelentes Grajauex e Lion Man, é a pegada mais política que o hip hop e rap atuam com maior potência, ele não precisa de nada mais que palavras bem colocadas e melodias excelentes para liderar a qualidade musical em um dos melhores álbuns do ano. É o som de qualidade pura. E como diz a letra de Lion Man "O artista independente leva no peito a responsa".

Criolo chega e é bem vindo em uma selva de pedra composto por cantores de qualidade duvidosa, o CD "Nó Na Orelha" é a mistura do rap, hip hop, bolero e samba, da melhor mistura que a música brasileira necessita para a sobreviver, é bem além das pornografias advindas do funk e do axé.

Criolo fará um show no SESC Ribeirão Preto (Dia 15, às 21h) e uma participação no show Petrobrás 2 da série Caixa Preta - Itamar Assunção, no SESC Bom Retiro (Dia 22, às 20hs). Duas ótimas oportunidades para conferir o talento da periferia que conquistou os playboys, com toda sua qualidade versátil.

Nó Na Orelha - Criolo

Cotação: Excelente.