A emissora não confirma a gravação e nem mesmo se será exibido ou não a tal cena, em 2005 a novelista Glória Perez foi massacrada pela imprensa e telespectadores pelo veto a cena de beijo entre Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro), a cena foi gravada e dirigida por Gagliasso, mas vetada pela alta direção da emissora.
Na última semana o colunista Lauro Jardim, da Veja, deu uma nota dizendo que Silas Malafaia 'que está sempre em contato com a cúpula da emissora' estava articulando o veto ao beijo. "A Globo tenta abrir um canal com os evangélicos por um lado e fecha por um lado. A Rede Globo é a emissora campeã no país de promoção da causa gay" teria dito Malafaia.
A esposa de Mateus Solano é uma das maiores incentivadoras a exibição da cena, na segunda-feira (27) em seu perfil no Twitter ela postou "Aff cena linda! BeijaFelix" e depois disse que sofre preconceito de parentes com mensagens "preconceituosas"
Coisa chata é ficar recebendo mensagem preconceituosa de primo e parente. #meucu
— Paula Braun (@PaulinhaBraun) 27 janeiro 2014
Para o ator Antonio Fagundes o beijo gay não é importante "O importante foi ele ter jogado na sala de jantar a homofobia. Isso eu achei que foi uma coisa muito interessante de ele fazer, de uma forma que não me lembro de ter visto em televisão. Uma postura tão declaradamente homofóbica como ele fez com o César e o Félix. Teve uma cena bastante violenta nesse sentido que eu não me lembro de ter visto na televisão com essa coragem. Acho que ele pode fazer o que ele quiser."
VETO
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| "América" marcou 60 pontos de audiência com pico de 70 pontos |
"Desmentindo com indignação o que andam dizendo alguns sites: o beijo foi cortado pela emissora. Estou tão frustrada quanto vocês! Escrevi [a cena], foi realizado, e tanto eu quanto Marcos [Schechtman, diretor da novela] brigamos muito para que fosse ao ar pelo menos o que vocês viram!", já naquela época Glória usavas redes sociais para conversar com fãs.
Na segunda-feira (7/11/2005) em nota oficial a emissora assumiu o corte do beijo:
"Foram apresentadas gravações, com diferentes formatos, que permitiam entender, com mais ou menos intensidade, que estaria ocorrendo um beijo. A direção da TV Globo, ainda sim, determinou uma mudança na versão escolhida, optando pela abordagem que julgou mais apropriada para exibição numa novela das oito".
PROTESTO
Na terça-feira (8/11/2005) um protesto reuniu cerca de 300 pessoas no Congresso para protestar contra a Censura da Globo ao beijo gay e pedindo a aprovação de dois projetos de leis (o da união civil ntre homossexuais e outro que criminaliza homofobia).
"Espero que os deputados não sejam preconceituosos e aprovem o projeto que absurdamente está parado na Câmara há dez anos", disse Leandro Oliveira, um dos líderes da ONG Estruturação, disse em entrevista à Folha. "Já que a novela não mostrou, os homossexuais reais vão mostrar o beijo aqui em frente ao Congresso", completou Oliveira.
INDIGNAÇÃO
O ator Bruno Gagliasso ficou indignado com o veto à cena, sites sobre celebridades na época afirmaram que ele teria chorado com a não-exibição da cena.
Em entrevista à Laura Matos, da Folha, Gagliasso reafirmou a gravação da cena: "Foi gravado. Era uma cena que me dava conforto em realizar. Havia consenso entre os responsáveis pela novela de que a cena deveria ser de bom gosto, centrada no amor. O beijo teria a mesma sensibilidade com a qual o tema foi conduzido" disse que "foi uma surpresa" o corte e que "Não sabia de nada".
O ator ainda disse que o veto "está além da responsabilidade da equipe da novela" e elogiou a novelista Glória Perez pela abordagem:
"Eles entenderam a abordagem da Glória. Ela retratava com refinamento inédito na TV o momento que a esmagadora maioria dos homossexuais vive: a dificuldade de assumir para si e para a família sua orientação sexual. O apoio foi total. Houve dois movimentos fortes: no primeiro, vários gays se aproximaram de mim, ou escreveram, dizendo que viveram exatamente aquele drama. O segundo foi a aproximação de heteros que me relataram conhecer inúmeros casos idênticos ao do Júnior. Experimentei imenso carinho do público, de artistas e da crítica. Após o último capítulo, constatei, pela imprensa, que havia grande onda de frustração. Sendo absolutamente sincero, digo que preciso me recolher para descansar. Estou exausto. As últimas cenas exigiram emocionalmente tudo o que tinha para dar. Só aos poucos começo a tomar fôlego para pensar no que houve. Mas gosto de pensar."
BEIJO LÉSBICO
O beijo gay na televisão brasileira não é nenhuma novidade, na novela Amor e Revolução (2011) de Tiago Santiago, no SBT, a cena foi exibida e protagonizada pelas atrizes Gisele Tigre e Luciana Vendramini, mas o beijo entre dois homens que seria entre os atores Carlos Arthur Thiré e Lui Mendes foi barrado pela alta direção da emissora.
Na própria Globo as atrizes Paula Picarelli e Alinne Moraes deram um selinho no último capítulo da novela Mulheres Apaixonadas (2003) de Manoel Carlos, elas viviam Rafaela e Clara, quando Rafaela substituiu o Rodrigo (Leonardo Miggiorin) que iria encenar Romeo e o Julieta com Clara, durante toda a novela o novelista Manoel Carlos abordou o tema de lesbianismo entre jovens de forma magistral, com discussão na escola em que elas estudavam, na família e entre amigos.
ATIVISMO
Para o ativista LGBT Jean Wyllys o beijo gay deveria sim ser exibido, pois a "teledramaturgia já avnçou o suficiente para isso", confira a nota abaixo, com exclusividade:
"Eu acho que deveria ser exibido, sim. A teledramaturgia já avançou o suficiente para isso. As cenas de afeto já são uma vitória e acho que elas são o terreno fértil para o beijo no último capítulo. Do contrário, a oportunidade cairá de maduro e emissora terá perdido o trem da história. A comunidade LGBT, diante das séries americanas e do cinema, não terá paciência para ser mais uma vez manipulada com uma promessa que não se cumpre, mas que rende dividendos à Globo."
