Em entrevista ao portal UOL o ator Marcello Antony teceu críticas às
situações envolvendo os personagens gays na novela Amor à Vida. A
reportagem retrata os homossexuais da novela de Walcyr Carrasco que
ganhou a simpatia do público, Antony diz "Acho que para se discutir os
gays em uma novela no horário nobre, você tem que inserir os gays na
sociedade. Eu abordaria outros temas" disse o ator que disse também "Por
exemplo, eu inseriria a minha mãe achando ele muito fofo e vice versa.
Eu vejo uma trama mais preocupada com a comédia, em vez de mostrar gays
que têm família. Os personagens ainda são muito órfãos" criticando
duramente a situações dos personagens que apelam para a comédia "Eu
sofro para dizer aquele texto, porque é algo que eu nunca diria, mas eu
sou apenas um veículo para expressar o que o autor escreve. Com todas
suas coerências e incoerências."
Na trama Antony vive o personagem Eron que caiu na lábia de Amarylis,
interpretada por Danielle Winits "Querem bater nele. E sempre digo que
quero ser o primeiro a bater nele. Porque o que as pessoas não entendem é
como ele, sendo um advogado renomado, caiu em uma lábia tão rasa quanto
à da Amarylis."
Apesar da torcida para que Niko (Thiago Fragoso) e Félix (Mateus Solano)
fiquem juntos, Antony faz ainda uma dura crítica à sociedade e diz que
não quer que eles terminem juntos, torce para que cada um tenha um final
diferente e separados "O Félix, por exemplo, não vejo maneira de ele se
redimir. Mas o público não está nem aí para as maldades que ele fez. A
gente vive em uma sociedade que não tem cultura de combater o corrupto, o
ladrão."
Já o ator Thiago Fragoso defende seu personagem "O que afasta uma pessoa
conservadora, tradicional, é quando ela vê uma relação sexualizada
entre dois homens. E o meu desejo quando comecei essa novela foi
justamente trazer essas pessoas para dentro desse universo mostrando o
que elas têm em comum com esses personagens" dizendo ainda que teve
muito cuidado para que "a humanidade dele fosse sua primeira
característica" que o sucesso dos personagens "é fruto dos trabalho do
Walcyr Carrasco, que não colocou a enmoção em primeiro plano no texto" e
criticou também o público "A grande dificuldade do brasileiro mediano,
quando se trata de personagens homossexuais, é a aceitação de que existe
afeto. Porque as pessoas sempre gostaram do gay cômico, mas quando é o
gay amoroso, as pessoas não aceitam".
Fragoso parece não ter vivido no país na última década, em Mulheres
Apaixonadas (2003), de Manoel Carlos, as personagens Clara (Alinne
Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli) demonstraram desde o começo da
novela o amor que tinham uma pela outra e o público torcia para que
terminassem juntas, assim como na novela Senhora do Destino (2004), de
Aguinaldo Silva, com as personagens de Eleonora e Jenifer, interpretadas
por Milla Christie e Bárbara Borges, além do personagem Júnior,
interpretado por Bruno Gagliasso na novela América (2005) de Glória
Perez.