Uma semana após o comemorado 'beijo gay' na novela das 21h acontecer,
ele continua sendo assunto - como não poderia ser diferente, pois a cena
estará para sempre como um marco na teledramaturgia nacional.
Em entrevista ao jornal O Globo o cineasta Daniel Ribeiro, que está em
Berlim para apresentar o longa "Hoje eu quero voltar sozinho" inspirado
no curta "Não quero voltar sozinho" de 2010, disse que "o beijo faria
mais sentido dez anos atrás. Hoje a luta é outra, não é mais para
mostrar que a gente existe" e completou "é para evitar que as pessoas
sejam espancadas nas ruas como ainda acontece".
Ribeiro disse também que "Houve uma onda forte de se fazer filmes com
tema gay, mas em reação a ela apareceu uma outra onda, de
conservadorismo. Então os filmes que eram feito antes tinha função de
nos tornar visíveis. Agora, os filmes têm a função de nos defender",
tanto o curta quanto o longa contam a história de Léo, que se apaixona
pelo novo colega de classe Gabriel, ainda forma o triângulo de amizade
Giovana, que são interpretados por Ghilherme Lobo, Fabio Audi e Tess
Amorim respectivamente.
"A ideia tanto do longa quanto do curta é imaginar como alguém que
nasceu cego reconhece e desenvolve a atração por outra pessoa. Os jovens
gays não têm uma referência positiva no cinema, a maioria das histórias leva para um fim trágico ou tem conotação sexual forte."