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Os moradores de comunidade de novela são todos negros ou pardos em ‘Três Graças’


Na comunidade fictícia da Chacrinha, em ‘Três Graças’, ambientada na cidade de São Paulo, cada personagem carrega uma história, e o que reforça um racismo estrutural na teledramaturgia brasileira: todos são negros ou pardos, um retrato que ultrapassa a e culmina no estereótipo da sociedade.

Assim como Gerluce (Sophie Charlotte), Joélly (Alana Cabral) e Lígia (Dira Paes), lá vivem muitas pessoas que batalham dia após dia e não perdem a esperança. Viviane (Gabriela Loran) é uma figura popular entre os moradores. A melhor amiga de Gerluce trabalha como farmacêutica em uma drogaria do bairro. As duas se conhecem desde a escola, época em que Viviane ainda não havia iniciado sua transição de gênero. Juntas, sonhavam cursar Farmácia, mas apenas Viviane conseguiu, já que Gerluce teve de se dedicar à maternidade com a chegada de Joélly ainda na adolescência. Com grande senso de profissionalismo, Viviane é uma pessoa generosa, que todos gostam de ter por perto. Também se mostra uma amiga leal e confiável, e, como Gerluce, não admite injustiças.

Na farmácia da Chacrinha, é responsável pela entrega dos medicamentos da Fundação Ferette, mas vai ser pega de surpresa quando souber do esquema de falsificação de remédios que impacta a saúde dos moradores do local. “Eu diria que a Viviane é o coração da comunidade. Como muitos moradores recorrem à farmácia para obter medicamentos, ela é bem-vista e querida por todos. Ela e Gerluce cresceram juntas na Chacrinha. Essa amizade é verdadeira, sincera e cheia de nuances, e vai ser muito bonito mostrar isso na novela”, diz Gabriela Loran, que ainda destaca outras características da personagem. “Ela é uma mulher forte, destemida, que adora cuidar das pessoas, mas que também precisa ser cuidada. É alegre, solar, divertida na medida certa e ama intensamente”, destaca.
 
Quem sempre recorre a Viviane, especialmente no momento de luto que vive após a morte da esposa, é Misael (Belo), pois ela fazia uso dos remédios da Fundação. Quando descobre que perdeu a mulher por causa da ganância de Ferette (Murilo Benício), ele se revolta e procura por justiça. “Misael é um homem de princípios firmes, leal aos seus afetos e extremamente dedicado às pessoas que ama. Tem um senso de justiça muito forte e não se intimida diante de desafios, mesmo que isso signifique se colocar em situações difíceis. Ao mesmo tempo, revela um lado humano muito marcante”, observa Belo sobre seu primeiro papel fixo em novelas da TV Globo.

É no ferro velho do amigo Joaquim (Marcos Palmeira) que Misael vai se abrigar depois de passar por uma situação perigosa envolvendo os funcionários de Ferette. Joaquim é pai de Gerluce e avô de Joélly. No passado, viveu um romance com Lígia, mas nunca quis se aproximar da filha. Até hoje finge que não a conhece ao vê-la na rua, assim como faz com a neta. Vive solitário em seu ferro velho, agora interditado pelos órgãos públicos em função de ilegalidades que cometeu. Marcos Palmeira adianta que seu personagem é um cara fechado e complicado: “Um homem que tem questões com a vida muito complexas, e a gente não sabe ainda direito o quão complexas elas são. Mas eu entendo que é um cara que gosta da solidão e não sabe se relacionar com as pessoas”. Belo completa que, apesar das dificuldades enfrentadas por Joaquim com a própria família e sua vida solitária no ferro-velho, Misael se aproxima dele com empatia e respeito. “Eles compartilham uma conexão profunda, baseada na compreensão das dores e desafios que cada um carrega”, pontua o ator e cantor.
 
Como Misael, Júnior (Guthierry Sotero) é outro morador que tem a vida abalada pela crueldade dos líderes da Fundação Ferette. O rapaz trabalha com computação, é estudioso e batalhador. Seu pai acaba morrendo por tomar os remédios sem efeito da farmácia. E, após a partida de Albano (Cosme dos Santos), o jovem vai se mostrar disposto a combater as maldades que estragaram a vida de famílias como a sua. "Apesar das adversidades, o Júnior é muito alto astral, ‘correria’ e faz de tudo para que o pai se sinta bem. Ele teve de amadurecer mais cedo para poder ajudar em casa, e essas características conversam muito comigo, com os meus amigos e com diversos jovens desse Brasil", define Guthierry Sotero.

Na igreja evangélica da Chacrinha, quem prepara os cultos é o pastor Albérico (Enrique Diaz), um homem íntegro que faz um trabalho de evangelização nos presídios e tem orgulho da filha, Kellen Cristina (Luiza Rosa), que criou sozinho após a morte da mãe. Melhor amiga de Joélly, Kellen é uma jovem bastante madura, atenciosa e em quem todos na comunidade confiam. Ela acoberta a filha de Gerluce quando a menina precisa se encontrar com Raul (Paulo Mendes) e sempre dá conselhos valiosos para a amiga, que se descobre grávida no início da trama. Muito próxima à família de Joélly, Kellen também ajuda a cuidar de Lígia, que sofre de uma doença pulmonar grave e é diretamente prejudicada pelos medicamentos sem efeito. “Kellen é a personificação da fé. Ela é uma pessoa boa, bondosa, bonita, que acredita no melhor do ser humano. Ela está sempre muito disposta a ajudar as pessoas a melhorarem. Por conta da figura do pai, eles têm muito respeito dentro da comunidade”, conta Luiza.

Nos trabalhos de evangelização aos quais se dedica na penitenciária, Albérico encontra Jorginho Ninja (Juliano Cazarré), um ex-traficante, agora convertido à fé graças ao pastor. No passado, Jorginho engravidou Gerluce (Sophie Charlotte), que nunca revelou para a filha Joélly (Alana Cabral) quem é seu pai. Após longos anos, Jorginho recebe o apoio de Albérico ao sair da cadeia e tentará se redimir de seus atos, mas o caminho não será fácil. 
 
Enquanto Jorginho esteve preso, Bagdá (Xamã) foi quem assumiu o comando da facção criminosa que dita as ordens na Chacrinha. Junto de seus comparsas Vandilson (Vinicius Teixeira) e Alemão (Lucas Righi), o chefe do tráfico está sempre atento ao que se passa na favela. Bagdá persegue a todos que o devem, especialmente Raul (Paulo Mendes), que frequentava a comunidade atrás de entorpecentes. "Tem sido um processo intenso interpretar o Bagdá. É um papel cheio de desafios, um personagem complexo e que se mostra muito ousado e destemido. Ele anda sempre cercado de seus comparsas ditando as ordens na região”, revela Xamã.  
 
Com estreia prevista para outubro, 'Três Graças' é uma novela criada e escrita por Aguinaldo Silva, Virgílio Silva e Zé Dassilva, com direção artística de Luiz Henrique Rios e produção de Gustavo Rebelo e Silvana Feu. A direção de gênero é de José Luiz Villamarim.

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