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#DiaDaMulher: A triste realidade de ser mulher no Brasil

reprodução/Facebook
O carnaval acabou, mas as marcas permanecem. A Operação Carnaval, recebeu 2.154 casos de Violência Contra a Mulher, corresponde 13,5% dos atendimento que somam 15.943 atendimento através do telefone 190, da Polícia. Os dados são referentes a cinco dias de folia, que são das 8h da manhã de sexta-feira (24) até às 8h de quarta-feira (1) de cinzas. É uma nova agressão a cada 3 minutos e 20 segundos, em todo o Estado. Segundo uma pesquisa do ESPM, o Carnaval do Rio recebeu 6 milhões de turistas entre fevereiro e março e 5 milhões pessoas passaram pelos blocos de ruas no Rio de Janeiro.

No Distrito Federal as denúncias de violência sexual subiu 90% durante o Carnaval, informou a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal, que analisou denúncias realizadas através do "Ligue 180" - serviço exclusivo para denunciar crimes contra a Mulher. O número de ligações recebidas caiu 1,6%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Não apenas denúncias contra "Violência Sexual", que foram 2.132. Foram 1.136 denúncias relatando "violência física", 671 "Violência psicológica", 109 "Violência sexual" e 95 "Violência moral", além de 68 denúncias de cárcere provado e 4 atendimento de tráfico de pessoas.

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"Sabemos que no período do carnaval muitas mulheres são alvo de violência sexual, que vão desde o assédio até ao estupro. É preciso trabalhar ações efetivas para coibir esse tipo de crime, não só no carnaval, mas em todas ocasiões”, disse a secretária Fátima Pelaes, segundo reportagem do G1. 90% dos autores são homens, a faixa etária 18 e 30 anos, eles são os algozes de 5.412 queixas prestadas. Foi registrado um total de 13.212 casos de crimes contra a mulher.


EDUCAÇÃO

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e o Governo do Estado anunciou uma parceria em que noções básicas sobre "Lei Maria da Penha" e sobre a violência contra a mulher entrará no curricular doentes das escolas Estaduais.

"Iniciativas como essa contribuem para uma atuação preventiva e resolutiva. A violência doméstica e familiar contra a mulher é um tema que temos priorizado, por meio do fortalecimento da nossa estrutura de atuação. Tenho certeza que, sendo pioneiro, esse projeto será adotado também por outros Estados", disse Eduardo Gussem, produrador-geral de Justiça, durante o anúncio que fez parte da comemoração do Dia da Mulher.

Os alunos receberão informações através de videoaulas, gravadas pela promotora de Justiça Lúcia Ilozio, com duração de aproximadamente 5 minutos, informações sobre respeito e cidadania à mulher. Em outubro de 2016, a Lei Estadual nº 7.477, tornou como obrigatória o ensino do tema nas escolas.

HISTÓRIA

No últimos 10 anos, uma década de vigência da "Lei Maria da Penha", indica que a violência contra a Mulher está alastrada pelo Brasil.

O balanço mostra um aumento de 133% no primeiro semestre de 2016, no comparativo com o ano anterior, chegando a 58 mil denúncias (qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial).

Quando se trata de "violência sexual", mostra um aumento de 123%, na comparação com o mesmo período de 2015. Relatos de "estupros" cresceram 147%, uma média de 13 casos denunciados por dia. Foram 555 mil ligações recebidas através do número 180, sendo 67 mil casos de violência contra a mulher.

RANKING

O Distrito Federal ocupa o primeiro lugar com a maior taxa de denúncias realizadas, segundo lugar o Estado do Mato Grosso do Sul e Piauí. O maior número de ligações está com o Estado do Rio (5.482), São Paulo (4.537) e Brasília (2.317)

Os municípios que mais fizeram denúncias Santa Clara D’Oeste (SP), com a maior taxa registrada, seguida por Itapeva (SP), Cruzália (SP), Sigefredo Pacheco (PI) e Santa Rita do Tocantins (TO).

Violência física - 51%
Violência psicológica - 31,1%
Violência Moral - 6,51
Violência sexual - 4,3%

Dentro de violência sexual:
Estupro - 84% das ligações
Exploração sexual - 9,9%

LEMBRANÇA

A atriz Jane Fonda, de 79 anos, contou em entrevista à revista "The Edit" na semanada passada que foi vítima de estupro e avulso sexual, o que ela afirmou como episódio traumático em sua vida. A atriz disse que foi prejudicada por diversas vezes em sua carreira por não se render à atitudes machistas, como quando se negou a dormir com o chefe.

A sua entrevista repercutiu mundialmente. A impunidade é tamanha, que homens não se preocupam em vangloriar ou tirar sarro sobre o assunto. De anônimos à pessoas famosas, ou se grande alcance mundial, fizeram piada com o assunto. "E eu com isso", comentou um dos jornalistas de maior visibilidade da imprensa brasileira.

Em busca de visibilidade, um perfil anônimo com uma foto do presidente Lula 'fantasiado' de Wesley Safadão, comentou em  uma postagem sobre a violência contra a mulher: "machismo não mata ninguém. Assim como as armas tb não.  PESSOAS matam PESSOAS!".

Em janeiro a atriz Gisele Etiê disse que foi estuprada aos 17 anos: "Quando tinha 17 anos, fui estuprada pelo último homem que eu poderia imaginar. Quando tinha 17 anos, o castelo caiu e fiquei soterrada", disse a atriz. Ela afirmou ter sido violentada pelo namorado, que tinha 15 anos a mais que ela, durante uma viagem com ele a família. "Em uma das noites, ele pegou pesado. Quando me dei conta, meu namorado foi substituído por um estranho ofegante que não queria me escutar. Implorei para ele sair de cima! Quando comecei a chorar, ele decidiu parar e saiu do quarto magoado", relatou a atriz em um texto à revista Glamour.

A filha da atriz Solange Couto, Morena Mariah, contou em outubro do ano passado que foi estuprada duas vezes. A primeira vez em 2005 e a segunda em 2014, por um parente e pelo próprio namorado, respectivamente, assim como a atriz Gisele Etiê. Solange saía para trabalhar e deixava a filha com o parente que a estuprou dentro da própria casa. "Ele morava comigo na minha casa. As pessoas acreditam que estupro só acontece na rua, com um estranho que se aproxima numa rua escura. E não é assim", disse a jovem na época.

Em 2015, o Brasil registrou 45.460 casos de estupro, segundo 24% nas capitais e no Distrito Federal, foi uma queda de 9,9% em comparação com 2014.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2015, 67% dos casos de violência contra as mulheres são realizadas por parentes próximos ou conhecidos da vítima; 70% das vítimas de estupor são crianças e adolescentes e 10% dos estupros são notificados. A amostragem é são casos de última consequência, mas casos de assédio como uma cantada na rua, na fila do mercado ou do banco, também são casos de violência.

Em 2016, um dos casos mais notórios foi da menina de 16 anos que foi vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro, os agressores filmaram e divulgaram o vídeo nas redes sociais. O documentário "India’s Daughter: A Revolução de Jyoti", divulgado na internet contra a história de Jyoti Suingh, 23 anos, que foi brutalmente estuprada por cinco homens e um menino dentro de um ônibus em uma viagem pelas ruas de Nova Déli.


MACHISMO MATA

O machismo mata muito mais do que se imagina, quando não mata deixa marcas profundas e muitas vezes eternas, não apenas nas mulheres mas também em transexuais. O Brasil é o país que mata mata transexuais no mundo, são casos de homofobia, que muito tem a haver com o machismo que impera no país.

Em 2016, pelo menos 144 transexuais e travestis, foram assassinados no país. Foram 343 LGBTs mortos no país, em 2016, sendo que 10 destas mortes, eram lésbicas. A informação faz parte do relatório anual do site homofobiamata.wordpress.com, que faz postagens diárias de mortes de LGBTs no país e é administrado pelo Grupo Gay da Bahia.

Somente neste ano, 74 LGBTs foram mortos no país, em 66 dias de 2016. As mortes de LGBTs são muito mais que casos de homofobia, mas também do machismo.

INCITAÇÃO AO ESTUPRO

O Supremo Tribunal federal (STF) decidiu por unanimidade rejeitar recursos do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) como defesa, pela abertura de dois processos - por incitação de estupro e por uma queixa-crime por injúria, apresentada pela deputada Maria do Rosário (PT-RS).

Bolsonaro disse durante uma votação nop plenária da Câmara, em dezembro de 2014, que Maria do Rosário "Não merecia ser estuprada", e em entrevista ao jornal Zero Hora, ele completou: "É muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria".

No ano passado, Deputados Estaduais votaram sim ou não para a continuidade do processo de impeachment da presidente, o deputado Jair Bolsonaro, disse: "Perderam em 64, perderam agora em 2016. Pela família, pela inocência das crianças em sala de aula, que o PT nunca teve, contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim". Ustra foi o torturador de Dilma Rousseff na ditadura militar e é conhecido por mandar inserir ratazanas na vagina das mulheres.

REDES SOCIAIS

No Twitter a hastag "#InternationalWomensDay" foi promovida pela empresa Salon Line, sobre beleza da mulher, mas a tag #DiaDaMulher é a terceira mais usada pelos usuários, com mais de 72,4 mil tweets. Na sequência a tag "Dia Internacional da Mulher" aparece com 35,2 mil tweets. Mas como nem tudo são flores, uma tag foi levantada para enaltecer um dos homens mais machistas, homofóbicos e intolerantes do país: Jair Bolsonaro.

Muitas das mensagens, são de protesto à tag:
Acompanhe tudo que é publicado no Twitter, com a tag #DiaDaMulher

           
           
          

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