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Nos tempos de internet discada, sites pediam morte e sobrevida a Eduarda de “Por Amor”

Quem viveu 1997 e 1998, mal sabia que existia internet, um artigo de luxo na casa dos brasileiros, smartphone então, nem pensar. Gloria Perez, em Explode Coração, dois anos antes de Por Amor, mostrou para os brasileiros o poder do World Wide Web, os protagonistas Dara (Tereza Seiblitz) e Júlio Falcão (Edson Celulari) se conhecia em um bate-papo sem nem ver a cara um do outro, ele descontente com o casamento e ela querendo fugir das regras da cultura cigana.

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Em 1997, Por Amor estreou e a internet não perdoou. Eduarda (Gabriela Duarte) começou a trama insuportável, mimada e chata destratou o pai, a mãe, o primo e todo mundo que passava pela sua frente. Seu estilo desaforado e mimado, lhe rendeu uma página “Eu odeio a Eduarda”, que alcançou em meses 11 mil seguidores, pouco mais de 10% de um ponto de Ibope. A mobilização na rede mundial de computadores, como era chamada a internet na época, fez da ação um marco.

Por amor pode ser considerada a primeira novela com haters da história da televisão brasileira. Lógico que, os telespectadores sempre torceram a favor e contra os personagens, mas como não existia internet os haters eram desconhecidos. Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo da época repercute essa história: “Homepage tenta salvar Eduarda”, era o título da reportagem.

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A página que pedia a morte da personagem de Gabriela Duarte, foi criada em janeiro de 1998 por estudantes de comunicação de uma faculdade do Rio de Janeiro. Em março, uma outra página foi criada por telespectadores portugueses da novela de Manoel Carlos, a novela era exibida em Portugal também. “Eu adoro a Eduarda”, tentava dar uma sobrevida a personagem. Em cena, propositalmente Manoel Carlos abordava o assunto.

IMPRENSA CONFUNDIA


Uma prática comum na época, a imprensa tratava assuntos das telenovelas usando o nome dos artistas que as interpretava. A revista Amiga TV Tudo, publicada pela editora Bloch, fazia concorrência direta à Contigo! - que na época cobria telenovela e não celebridade. A revista saiu de circulação em 2000 e usava o truque de hora usar o nome da personagem hora da atriz que a interpretava. Em cena, Eduarda chegou a pedir, pelo menos duas vezes, para que a mãe Helena (Regina Duarte) cuidasse do filho de algo acontecesse com ela, desde o começo da novela a personagem foi apresentada como uma pessoa de saúde frágil. 

Ainda segundo a revista Amiga, Regina Duarte batalhou para que a personagem da filha tivesse final feliz. Ainda segundo a revista Amiga! da época, Manoel Carlos diz que escreve a novela para o público: "Escrevo para o meu público. Muitas vezes escuto sugestões interessantes no elevador, na banca de jornais ou no mercado. Já pensei em matar a Helena no lugar de Eduarda como uma forma de castigá-la, assim como a Regina sugere", contou o autor.

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'Regina age, na vida real, como sua personagem. Ela afirma que não concorda com a morte de Eduarda" contava a reportagem de Tereza Clark que ouviu a atriz Gabriela Duarte: "Me programei para a morte de Eduarda desde o início. Tenho certeza de que o Manoel Carlos encontrará uma solução coerente para o final da história".

O site criado a favor de Eduarda dava a oportunidade do internautas de "enviar flores e bombons virtuais para a personagem" e convidava às pessoas a lutarem "contra o machismo reinante no Brasil" comparando a personagem como "uma mulher brasileira do novo milênio". A página "Eu odeio a Eduarda" recebeu, segundo a Folha, 11.478 visitas enquanto "Eu Adoro a Eduarda" tinha recebido 338 visitas.contou o autor.

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