"O fato é que tudo que se sente desde o anúncio da entrada da escola, o arrepio e a responsabilidade de carregar uma história que se constrói não apenas no enredo do ano"
*Silvero Pereira
Desde criança sempre passei noites em frente a TV vendo os desfiles das Escolas de samba do Rio de Janeiro e imaginando como seria adentrar naquela avenida e sentir essa emoção de perto. Foi a partir de 2014 que comecei a ir para o sambódromo ver o desfile pessoalmente. Fui pulando do Setor 13 para o 9 e 4.
Silvero Pereira é ator, produtor e diretor de teatro, que estará na próxima novela das 21h, "A Força do Querer", de Glória Perez (divulgação/FB) |
Desde criança sempre passei noites em frente a TV vendo os desfiles das Escolas de samba do Rio de Janeiro e imaginando como seria adentrar naquela avenida e sentir essa emoção de perto. Foi a partir de 2014 que comecei a ir para o sambódromo ver o desfile pessoalmente. Fui pulando do Setor 13 para o 9 e 4.
Porém, neste ano de 2017, aproveitando que estaria na cidade dois meses antes do Carnaval, fiz minha inscrição para desfilar em um carro coreografado da Portela. Cheguei a ir para dois ensaios, mas por conta de outros compromissos, muito triste, tive de abrir mão desse sonho. A sensação de entrar no barracão e ver tanta gente trabalhando e tanto amor dedicado explica porque tudo explode tão intensamente na avenida.
LEIA MAIS
Assim, se não podia ensaiar, eu não poderia colaborar com todo o vigor que uma escola de samba merece. Entretanto, a convite do querido Marcelo Sandryni - coreógrafo da Comissão de Frente da Portela - ganhei uma fantasia para desfilar numa Ala da Comunidade. Eu não imaginava o presente gigantesco que me foi dado. O fato é que tudo que se sente desde o anúncio da entrada da escola, o arrepio e a responsabilidade de carregar uma história que se constrói não apenas no enredo do ano que segue, mas principalmente na vida de cada integrante.
Com certeza a coisa mais linda que recebi ao atravessar a avenida foram os 40 minutos conversando com senhoras de Madureira e garotos que seguravam a fantasia com força e perguntavam uns aos outros e sabiam todo o samba e se estavam dispostos a cantar e ganhar. Antes de soltarem os fogos, a famosa voz anunciar e a tradicional águia soltar o seu grito, eu já estava emocionado, contagiado e pronto feito um soldado que enfrenta uma batalha. A batalha de um belo desfile, de sacudir a Marques, de fazer a arquibancada pegar fogo e chorar no fim da linha ao descobrir que sua escola passou e arrasou!
LEIA TAMBÉM