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Oitavo homem é preso suspeito de matar Dandara, Brasil é o país que mais mata trans no mundo

Dandara que foi assassinada por pelo menos oito homens (Foto: Arquivo pessoal)
A Polícia do Ceará prendeu o oitavo suspeito de envolvimento na morte da travesti Dandara dos Santos, de 42 anos, morta em 15 de fevereiro. Francisco José Moreira Junior, de 21 anos, foi preso na cidade de Pedra Branca, na região central do Estado do Ceará.

"Ele foi morto por preconceito. Por ser travesti, ele vivia sendo humilhado", diz a mãe de Dandara, para a BBC Brasil.

Dandara foi brutalmente espancada até a morte. As agressões foram gravadas e compartilhadas nas redes sociais, onde foi realizada uma série de protestos contra a sua morte. As cenas de agressão, com socos, chutes, chineladas, pauladas e pedradas foi protagonizadas também por adolescentes, e a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) foi envolvida no caso.

"Suba, suba! Não vai subir, não?", gritavam três do participantes. Outros xingamentos homofóbicos e transfobicos foram realizados.

ASSASSINATOS 

Segundo o site Homofobia Mata, monitorado pelo grupo Gay da Bahia (GGB) foram assassinados no país, em 2017, 80 LGBTs (gays, lésbicas, bissexuais e trans - travesti, transgênero ou transexual).

Se contabilizarmos que estamos em 12 de março, são 71 dias, 1705 horas e uma morte a cada 21h31minutos, um número assustador. O site faz um relatório anual em que apresenta as mortes por segmento - LGBT.

"Tais números alarmantes são apenas a ponto do iceberg de violência e sanguem pois não havendo estatísticas governamentais sobre crimes de ódio", apronta o relatório que é assinado por Luiz Mott, antropólogo que edita o site e é um dos representantes legais do GGB.

De 2000 para 2016, as mortes de LGBTs mortos por homofobia aumentou em 100%. Das mortes de 2016, pelo menos 144 trans (travestis, transexuais ou transgênero) foram assassinado, corresponde a 42%. Fica em segundo lugar, atrás das 173 mortes de gays (homens homossexuais). 10 mortes foram de lésbicas, 4 de bissexuais e 12 heterossexuais, que são identificados como T-Lovers (homens que se relacionam com transexuais e não se consideram gays ou não se assumiram).

Ainda segundo o site o risco de uma trans ser assassinada no Brasil é 14 vezes maior que um gay, o Brasil tem nove vezes mais  trans assassinadas se compararmos com a estatística de morte dos Estados Unidos. Mais da metade de transfobia no mundo acontecem no país, segundo a ONG Trans respect - Versus Transphobia: O Brasil acumula 123 mortes, México 52 mortes, Estados Unidos 23 mortes, Colômbia 14 mortes e Venezuela 14 mortes.

Foram ao todo 2.264 homicídio de pessoas trans em 68 países em todo o  mundo entre janeiro de 2008 e 30 de setembro de 2016. No Brasil foram 900 mortes, o segundo colocado, que é o México foram 271 mortes.

GISBERTA

A morte de Dandara é semelhante à morte de Gisberta, brasileira que se mudou para a Europa, onde viveu legalmente e após perder emprego, se prostituiu, contraiu Aids e foi brutalmente assassinada por 14 adolescentes.

Após a morte de Gisberta leis contra a homofobia, transfobia e igualdade de gênero, em Portugal. Gisberta foi um dos temas da revista GERALDOPOST MAGAZINE de 2017:



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